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quinta-feira, 28 de abril de 2011

O presente é centrado no aluno”

Entrevista/Andreas Schleicher,Responsável pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O alemão Andreas Schleicher aponta mudanças no perfil do professor do século 21. E lembra que, hoje, o desafio é lidar com a diversidade em sala de aula. Confira os principais trechos da entrevista e na íntegra no AN.com.br:


Qual é o papel do professor do século 21?
O professor precisa equipar alunos com as competências de que eles necessitam para se tornarem cidadãos ativos do século 21. Ele precisa ser capaz de personalizar experiências de aprendizagem para garantir que todos os alunos tenham as mesmas chances de sucesso e deve conseguir lidar com a crescente diversidade cultural em sala de aula.

Que características deve ter esse professor para que consiga cumprir bem seu papel?
Uma forma de responder a isso é contrastar o que se esperava dos professores no passado e o que se espera deles agora. No passado, diferentes alunos eram ensinados de forma similar. Hoje, espera-se que os professores abracem a diversidade com práticas pedagógicas diferenciadas. No passado, o objetivo era padronizar. Atualmente, é personalizar experiências educacionais. O passado era centrado no currículo. O presente é centrado no aluno.

O que isso significa na prática?
Professores têm de reconhecer que as pessoas aprendem de maneira diferente. Eles precisam promover novas formas de levar o aprendizado ao aluno, que sejam mais propícias ao seu progresso. Outro aspecto importante é que, uma geração atrás, eles sabiam que o que ensinavam duraria para a vida toda. Hoje, os sistemas educacionais precisam capacitar as pessoas para que se tornem aprendizes perenes, para gerir formas complexas de pensar e de trabalhar. Tudo isso exige professores diferentes. Quando o ensino se resumia a comunicar conteúdos pré-fabricados, os países podiam ter professores de baixa qualidade. Hoje, o tipo de ensino exigido depende de professores com alto nível de conhecimento, que estejam em constante crescimento e que entendam de sua profissão. Mas aqueles que se veem assim não se sentem atraídos por escolas organizadas como linhas de montagem. 





No caso do Brasil, um país onde o índice de analfabetismo ainda é alto, de que tipo de professor o aluno precisa?
O Brasil tem feito progressos significativos na educação. Poucos países na América do Sul estão progredindo em ritmo semelhante. O desafio agora é equipar todos os professores, e não apenas alguns, para uma aprendizagem eficaz. Isso vai exigir repensar muitos aspectos, entre eles, como otimizar os sistemas de recrutamento para que os candidatos mais qualificados sejam selecionados, como sua remuneração deve ser estruturada e como dar aos professores com as melhores performances oportunidades para adquirir mais status e responsabilidade.



 A Notícia, 28/04/2011 - Joinville SC

O modelo de professor ideal

Hoje, no Dia da Educação, campanha reforça a importância de um bom educador. Diante da lousa, com a autoridade de quem detém o saber, o professor discursa. Quase em silêncio, os alunos escutam. Não há brecha para questionamentos nem discussões. Corriqueira algumas décadas atrás, a cena descrita já não existe mais. Ou, se existe, está com os dias contados – assim como a figura daquele velho educador. Com o século 21, não por acaso batizado de “século do conhecimento”, nasce um novo mestre. Com o objetivo de valorizá-los, o movimento Todos pela Educação acaba de lançar uma campanha de mobilização, que a partir de hoje – Dia da Educação – ganha destaque na mídia nacional. Com o slogan “Um bom professor, um bom começo”, a intenção é reforçar a importância desses homens e mulheres e pressionar por melhorias.

 

O professor tem uma posição estratégica no século 21. Só que ele também precisa ser valorizado, e isso inclui salários iniciais atraentes, plano de carreira e melhores condições de trabalho. Sem isso, não basta ter brilho nos olhos e, como a gente diz aqui no Nordeste, fogo nas ventas”, diz Mozart Neves  Ramos, professor da Universidade Federal de Pernambuco e conselheiro do Todos pela Educação. Mais do que simples transmissor de conteúdo, esse novo profissional atua como um guia. Em meio à avalanche de informações despejada a cada segundo sobre crianças e adolescentes, é ele quem indica o caminho. Trata-se de um tutor, que dialoga e provoca. Tem paixão pelo que faz, continua estudando, preocupa-se em falar a mesma língua dos pupilos e nem de longe é um analfabeto digital. Nesta reportagem, especialistas apontam as principais qualidades de um bom educador.


Publicado em  A Notícia, 28/04/2011 - Joinville SC

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