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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A ALFABETIZAÇÃO EM MIM

O título desta postagem é uma brincadeira que  remete ao MIM - Método Iracema Meireles - do qual sou uma entusiasta há mais de 35 anos.
Vou contar esta história;
Era ainda bem  moça e já nutria o desejo de ajudar, de trabalhar na educação , de  contribuir para a melhora da qualidade do ensino oferecido às crianças. Por isso, junto com uma amiga de infância, Elyéte Tristão Ribeiro, tomei a iniciativa de abrir uma escola de educação infantil em Niterói, Rio de Janeiro, onde cresci: a " Escolinha da Minnie". Era o ano de 1973.
Em virtude deste envolvimento com a educação, fui instada a fazer um curso sobre um método de alfabetização, em Copacabana, sem saber o quanto aquela experiência seria significativa para mim.  O curso acontecia no Instituto Sylo  Meireles e a professora, Iracema Meireles, era a autora do referido método, que encantou-me imediatamente.  Tratava-se de uma situação inovadora, muito criativa. A profa. Iracema havia criado um método baseado numa história singular, que se passava num cenário bucólico ; " A casinha Feliz" !

Aprendi os fundamentos do método, comprei o material e passei a utilizá-lo nas classes de alfabetização da escolinha que dirigia. O maior sucesso !
Um belo dia, sem mais nem menos, recebi um telefonema da profa. Iracema. Ela me convidava para estudar mais com ela e para ajudá-la na re-estruturação do método direcionado para adultos, intitulado " É Tempo de Aprender". Até hoje não sei porque isso se deu, mas ela me dizia que tinha percebido que eu era curiosa e com vontade de aprender e que isso a atraíra. Elogio que não valorizei tanto quanto valorizo hoje !
Nossa amizade começou a se estreitar naqueles dias em que trabalhávamos em seu sítio em Campo Grande, região oeste do Rio de Janeiro , quando aprendi com ela, antes de qualquer coisa, a paixão pela alfabetização.
Pouco tempo mais tarde, nasceu minha primeira filha e Iracema me surpreende batendo à porta de meu apartamento, em Icaraí, para visitar a nenen  e me presentear com um objeto que, na época era a maior novidade: um despertador que tinha também um rádio. Ela me disse: você vai precisar acordar muitas vezes para dar de mamar a nenen e será melhor acordar com música.
Alguns anos mais tarde, precisamente em 1975, comecei o curso de mestrado em educação na U.F.F e minha dissertação só poderia tratar da alfabetização. escrevi sobre " O significado da Alfabetização na Criança", tendo como pano de fundo minha experiência com o MIM , na escolinha. Aprovada com grau máximo e recebendo elogios de Ana Maria Machado, a famosa escritora, que fizera parte da banca. Não compreendia, ainda, o significado de tudo aquilo.
Os anos se passaram, os filhos nasceram e passei a exercer a profissão de psicopedagoga, atuando em clínica multidisciplinar em Icaraí, acolhida por minha amiga Sueli Gomes Ribeiro. Sempre que trabalhava com uma criança com dificuldades de  leitura/escrita e percebia que haviam problemas na alfabetização, usava o MIM e os problemas  se resolviam, com o rostinho delas se iluminando a cada história que eu contava.
Depois de muitos anos, mudei-me para Varginha ( 1996) , onde instituí a Fundação Aprender. Comecei um trabalho de formação de professores, atuando principalmente com docentes da rede pública. Diante das dificuldades encontradas pelos professores em alfabetizar seus alunos, passei a ensiná-los a usar o MIM. Naquela ocasião a internet iniciava esta beleza que é aproximar pessoas e, por seu intermédio pude encontrar o Sylo, filho da profa. Iracema, que havia retornado do exterior e  se dedicava e pesquisar sobre alfabetização e a resgatar a obra de sua mãe. Infelizmente , ele veio a falecer alguns anos depois. Fiz contato com sua irmã, Eloisa, que prossegue à frente desta empreitada. Ela ratificou documento que a profa. Iracema havia me dado, atestando minha capacidade para ministrar cursos do MIM.
Aí começou efetivamente o trabalho que, no passado, não vislumbrara: capacitar professores no método,  usando o material da " Casinha Feliz" e  participar da capacitação de alfabetizadores do Programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, usando o material do " É Tempo de Aprender ".
O MIM, de base fonética, lúdico e criativo, hoje é aplicado em cinco municípios do sul de Minas, graças à ação da Fundação Aprender, melhorando os resultados da aprendizagem das crianças das redes públicas e os índices do IDEB: Monsenhor Paulo, Carmo da Cahoeira, Estiva, Tocos do Moji, Bom Repouso. Com ele, o sonho da juventude se completou e a esperança da profa. Iracema se concretizou.

Professora Iracema Meireles, autora do MIM- Método Iracema Meireles - alfabetização de crianças , jovens e adultos, pelo processo fônico, utilizando a consciência fonológica como ponto de partida para a aprendizagem da leitura e escrita, com muito sucesso, desde a década de 70.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

DIA DO PSICOPEDAGOGO


O dia do psicopedagogo foi instituído na época em que eu fazia parte do Conselho Nacional da ABPp. A escolha foi feita numa reunião no Colégio Graphein, em SP e nossa presidente era Nívea Fabrício.

A escolha da data se deu  para relembrar a fundação da Associação de Psicopedagogos de São Paulo, primeira entidade a congregar estes profissionais no país.

Em todo o Brasil, hoje ou nos próximos dias, comemoraremos as conquistas efetivadas pelos profissionais que se dedicam a estudar e a atuar sobre o processo de aprendizagem humana.

Além do " Dia do Psicopedagogo", conquistamos também a inclusão no CBO - Código Brasileiro de Ocupação - família 2395 e o símbolo da Psicopedagogia, eleito pelos presentes no  VIII Congresso Brasileiro de Psicopedagogia, realizado em São Paulo, no ano de 2009.  

Eu também estava presente nas reuniões do Conselho Nacional nas quais se discutia o modelo para o símbolo e partiu de mim  a ideia de usa a fita de Moebüs para  a representar a relação indissociável entre os aspectos objetivos e subjetivos do trabalho psicopedagógico. Uma equipe de designers foi contratada pela Associação e criou alguns desenhos a partir desta ideia, os quais foram expostos durante o Congresso para escolha dos que ali se encontravam, vencendo este que agora representa a Psicopedagogia.






quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CURSO DE TRATAMENTO DA DISLEXIA , EM POUSO ALEGRE/ MG

O curso sobre Tratamento da Dislexia, uma abordagem sistêmica, tem sido sucesso entre os profissionais de Pouso Alegre/ MG.
Promovido em parceria com a Interclinic, instituição multidisciplinar que reúne profissionais da saúde e educação, o curso enfoca como deve ser realizado o atendimento à pessoa com dislexia na sala de aula ou no consultório.
O público é composto por professores, fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos e se encerra no próximo dia 09/12.

Você pode levar este curso para sua cidade, fazendo contato com julia@fundacaoaprender.org.br



CONGRESSO DE PSICOPEDAGOGIA NO CEARÁ


cientista condena o construtivismo como método de alfabetização e diz como os estudos com cérebro podem ajudar disléxicos a ler

Sempre exponho aos alunos e aos professores com os quais trabalho nos cursos de capacitação ministrados em mais de 60 cidades do sul de Minas, pela Fundação Aprender, que construtivismo não é método e  que a adoção de práticas "construtivistas "em classes de alfabetização colaboram para que as crianças se atrasem nas atividades de leitura e escrita.
Pois bem, agora não sou eu a falar, mas o neurocientista Stanislas Dehaene, que publicou recentemente um livro a este respeito, intitulado "Os Neurônios da Leitura ", editora Penso.
Veja o que ele diz, em entrevista concedida à Revista Época, em 14/08/2012, em http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/08/stanislas-dehaene-neurociencia-deve-ir-para-sala-de-aula.html

Franceses pedem `folga` às escolas no dever de casa das crianças

Mais uma vez, trago aqui neste espaço a questão do "dever de casa ", que inquieta a mim, como psicopedagogoa, pela relevância que escola e famílias dão a tais tarefas.

Vejam o que está acontecendo na França a este respeito  e as opiniões de pais e educadores brasileiros , a este respeito. Vale para o debate !!


Que atire a primeira pedra quem nunca desejou, durante a infância, ter o total apoio dos pais para deixar a lição de casa de lado. Pois na França, um movimento organizado por membros da Federação dos Conselhos de Pais de Alunos (FCPE, em francês) apelou às escolas uma `folga` de duas semanas sem dever para os estudantes do ensino primário (até a 5ª série do Ensino Fundamental), em setembro.
A reivindicação cumpriria uma circular editada em 1956 no país que proíbe a prescrição de deveres de casa formais - os velhos exercícios escritos e de repetição - aos pequenos. Entre os motivos para o levante, que também encontrou apoio na Espanha, estão a falta de provas concretas sobre a eficiência das lições para o aprendizado das crianças e a alegação de que a prática contribui para acentuar as diferenças pessoais e sociais entre os alunos. Acima de tudo, está a ideia de que a criança deve mostrar aos pais o que aprendeu na escola, e não à escola o que aprendeu em casa.
 
Do outro lado do Atlântico, a bandeira contra o dever de casa, levantada por críticos como o cientista social Alfie Kohn e a advogada Sara Bennett, autores de livros sobre o assunto, é uma polêmica que gera discussão desde longa data nos Estados Unidos. Os americanos vão mais longe ao afirmar, com base em estudos realizados em universidades como a Duke, que a lição durante o ensino primário não melhora significantemente o aprendizado, além de sobrecarregar o aluno, afetando o desempenho em sala de aula - o que poderia explicar a pontuação atingida pelos EUA no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), inferior à de países como o Japão e a Dinamarca, onde a prescrição de tarefas para casa é mais moderada. Em 2004, uma pesquisa feita com quase 3 mil crianças pelo Instituto de Pesquisa Social da Universidade do Michigan também indicou que o tempo dedicado à atividade cresceu 51% desde 1981.
Apesar disso, os especialistas ressaltam que ainda não há um consenso científico acerca da influência do dever sobre o desempenho do aluno. `Existem vários estudos apontando que escolas que passam dever de casa e alunos que fazem a lição tendem a ter melhores resultados. Mas uma coisa é haver uma correlação e outra é haver relação causal. Isso é consequência do dever em si ou de um conjunto de condições nas quais ele está inserido?`, pondera a professora Tânia de Freitas Resende, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tânia acrescenta que elevar a experiência de uma instituição ou grupo de alunos a proporções nacionais é arriscado, pois as políticas de prescrição de tarefas variam entre as escolas de um mesmo país.
Por outro lado, os argumentos dos franceses parecem razoáveis levando-se em conta a predominância do turno integral entre as escolas do país, uma modalidade que ainda está engatinhando no sistema educacional brasileiro.
 
`No caso de uma escola de meio período (de quatro a cinco horas, comum em boa parte do Brasil), a lição é muito importante, porque vem ao encontro do nosso sistema de memorização, que precisa de uma reverberação do conteúdo`, explica Wagner Sanchez, diretor escolar do Colégio Módulo (SP). Já no turno estendido das escolas integrais, que dura em torno de seis horas, Sanchez acredita que o trabalho de revisão é responsabilidade da própria instituição, onde o aluno dispõe de mais tempo para absorver o conteúdo e tirar suas dúvidas junto aos professores. `Fora da escola, ele vai praticar esportes, fazer uma língua estrangeira, conviver com outras pessoas. Ele também precisa ter um pouco de lúdico, de outras atividades`, comenta.
Reformulação necessária:
De fato, os membros do FCPE afirmam não se manifestar contra o dever em si, mas contra o fato dos alunos levarem para casa tarefas longas e trabalhosas que serão realizadas após um dia inteiro de estudos e, muitas vezes, requerem a assistência dos pais, a qual nem todos os alunos têm acesso. `É claro que algum tipo de acompanhamento é importante, mas as lições deveriam ser planejadas e prescritas de forma que um acompanhamento tão próximo não fosse um pressuposto`, diz a professora Tânia de Freitas Resende.
Além dos pais com extensas jornadas de trabalho, condições socioeconômicas desfavoráveis também podem contribuir para que a lição de casa torne-se um dever chato de cumprir. Nesse sentido, a mobilização propõe a adaptação das tarefas escritas a um novo modelo que demande menos tempo de execução e seja mais atrativo aos próprios alunos.
Se, por um lado, existem famílias que questionam o dever de casa, por outro, a concepção de que o caderno cheio de anotações e a pasta com muitas folhas de exercícios mede a eficiência do ensino ainda é viva para muitos pais. `Muitas vezes são secundarizadas atividades que também são muito importantes, como a leitura e a pesquisa`, afirma Tânia.
Foi o que percebeu Márcio Valério, educador do Sesc (SP) e pai de dois alunos do ensino fundamental da Escola Marista Nossa Senhora da Glória (SP), ao pesquisar colégios para matricular a filha Sofia, de sete anos. Segundo ele, as escolas visitadas ofereciam o mesmo modelo tradicional de ensino, que é pouco atraente às crianças, e isso se reflete na relação com o dever.
`Se mesmo os conteúdos fossem passados de uma forma mais estimulante, as crianças poderiam começar a ter gosto por aprender, por novos conhecimentos`, diz Valério. Enquanto a adaptação do ensino em sala de aula é um projeto para longo prazo, não é necessário tanto tempo para solicitar atividades diversificadas para casa, que facilitem ao aluno entender o que está sendo estudado. `Se o aluno tiver uma dificuldade e você não conseguir passar o conteúdo por outro ângulo, ele vai continuar não entendendo`, explica Wagner Sanchez, do Colégio Módulo.
Há, ainda, as vantagens para o vínculo entre colégio e família: além de fixar os conteúdos escolares, Valério acredita que o dever possibilita aos pais acompanhar o desenvolvimento dos filhos. ”Às vezes, o professor não consegue detectar as dificuldades de todas as crianças, e o pai, acompanhando a lição no dia a dia, tem mais chances disso até para comunicar a escola caso esteja havendo alguma falha”, explica.
O administrador de empresas Claudio Carvajal, 37 anos, concorda e pensa que a filha Juliana, estudante da 2ª série do Colégio Paulista (Copi), poderia se interessar muito menos pelo dever se a execução dos trabalhos não fosse valorizada em casa. “Isso depende de como os próprios pais encaram a lição. Acho que se não tiver incentivo da família, o dever pode ficar só na obrigação”, opina.
 TERRA EDUCAÇÃO - 30/09/2012 - SÃO PAULO, SP

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

MÉTODO FÔNICO EM BOM REPOUSO

Estive nesta quarta feira, dia 19/09, em Bom Repouso/ MG  para dar continuidade ao trabalho de supervisão da aplicação do MIM - Método Fônico de Iracema Meireles - junto aos professores do primeiro ano, responsáveis pela alfabetização das crianças.

Recebi de presente da Secretaria Municipal de Educação o material do método, elaborado pelas professoras Valdirleia e Sheila, ambas docentes na zona rural daquela cidade,, que são verdadeiras artistas no artesanato com EVA.


Obrigada aos professores, pelo carinho !



DIREITOS DAS PESSOAS COM TDAH E DISLEXIA


Na ultima semana, a Deputada Federal Mara Gabrilli protocolou um novo relatório favorável à aprovação do Projeto de Lei de nº 7081/2010.
 
A partir de agora o projeto já pode ser incluído na pauta da Comissão de Educação para votação.
 
Vamos pedir o apoio de todos os deputados da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para que o projeto seja incluído na pauta e APROVADO o mais rápido possível. Faltam apenas duas comissões aprovarem para que o projeto se transforme em Lei Federal! 
 
O Projeto de Lei 7081/2010 propõe um programa de acompanhamento para crianças e jovens com TDAH e DISLEXIA na Rede de Ensino Brasileira.
 
O programa envolve além da identificação do TDAH e DISLEXIA na Escola, a formação de professores para que possam ajudar na Inclusão dos alunos que forem identificados por uma equipe multidisciplinar.
 
Por este motivo, convocamos todos aqueles envolvidos com a causa dos portadores de TDAH e DISLEXIA do Brasil que enviem e-mails para os Parlamentares abaixo listados solicitando apoio ao Projeto de Lei 7081/2010, pedindo a sua urgente votação pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
 
Veja o relatório da Deputada Federal Mara Gabrilli referente ao Projeto de Lei 7081/2010 que aguarda votação na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em http://www.tdah.org.br/images/stories/tramitacao_mg.pdf

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

KIT DO PSICOPEDAGOGO



Este kit deve acompanhá-lo durante toda sua caminhada enquanto ensinante e aprendente.Nele, você encontra o indispensável para exercer com humanidade a profissão que quer abraçar:

Uma lupa, para que você possa ampliar seu campo de visão e enxergar além das aparências;


Um fone que lhe faça parar e dedicar boa parte de seu tempo para ouvir com atenção.







Um microfone, que amplie sua voz para que fale na hora certa e mantenha-se sempre em movimento/ação.  




Um bloquinho de anotações e lápis são muito importante para que escreva seus mais profundos pensamentos e a novas ideias que surgirem. E... Não se esqueça de registrar as emoções que viverá!

E lembre-se de pensar e agir sempre com o coração, pois os vínculos criados e as atitudes com afeto são para toda a vida e fazem a nossa caminhada juntos ser mais leve,  agradável e feliz!

Sucesso, paz e felicidade!
Composto por Carla Romano, enquanto aluna do curso de pós-graduação em Psicopedagogia, sob minha coordenação.







quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SOBRE LIÇÃO DE CASA


Caros amigos,
Há alguns anos escrevi artigo intitulado "o Tempo e a Hora da Lição de casa", o qual, na época gerou muita reprovação por parte dos professores. Reproduzo-o abaixo:

                  O TEMPO E A HORA DA LIÇÃO DE CASA


                        A maioria das pessoas já deve ter ouvido aquela história do homem que foi reanimado após longo período de congelamento e que, aturdido diante das mudanças ocorridas no mundo, encontrou refúgio em uma escola onde a mudança não havia chegado.

                       Esta fábula é usada para demonstrar o paradoxo de uma instituição que deveria ser agente de mudança, mas que reluta em aceitar e acompanhar as transformações sociais.
                        É comum ouvirmos professores e gestores escolares se queixarem da família que não acompanha mais as atividades de seus filhos na escola, que não se interessa por eles, que tudo delega aos docentes, etc. Como se a família de hoje possuísse a mesma estrutura daquela de anos atrás! Parece que o ingresso da mulher no mercado de trabalho, a nova divisão de tarefas familiares, contextos originais incluindo casais homossexuais, não existissem de fato!
                        De acordo com esta realidade proponho uma análise da velha prática da lição de casa com suas repercussões na vida das crianças, seus familiares e seus professores. Chamo de “velha” tal atividade, porque considero que este adjetivo se refere a tudo aquilo que não pode mais ser utilizado, porque não possui mais as condições para tal. Não é o mesmo que “antigo” que pode ser utilizado há muito tempo, sem perder, contudo, as características inerentes ao seu valor e utilidade.
                          Penso que a lição de casa é uma prática envelhecida, que deveria ser descartada ao longo dos próximos anos, porque perdeu sua razão de ser.  Devem permanecer as práticas antigas, que sempre sustentaram a transmissão de conhecimentos entre gerações, tais como o cultivo de valores morais, da criatividade, da autonomia.
                           Neste mundo desigual de nosso tempo, a criança de classe média ou alta tem muitas atividades extra classe que ocupam seu tempo, tais como esportes, dança, informática, línguas estrangeiras dentre outras, que permitem a ampliação do campo de aprendizagens muito além do que a escola propõe. Aquela das classes menos favorecidas geralmente assume tarefas domésticas muito cedo por força de suas circunstâncias de vida ou é inserida em projetos sociais que ocupam o tempo extra-escolar com atividades de desenvolvimento pessoal propostas por instituições ou associações sem fins lucrativos. Seja qual for a realidade econômica e social, todas são expectadores de TV, recebendo muita informação. A lição de casa torna-se, para elas, uma obrigação difícil neste contexto na medida em que têm muitas outras formas de aprendizagem promovidas pelo ambiente social, apresentadas de forma mais interessante e estimulante. 
                           As famílias, por sua vez, não conseguem mais acompanhar as tarefas escolares propostas para serem realizadas no lar, porque aquela que ocupava esta função não pode mais faze-lo devido às novas tarefas que foram impostas à mulher / mãe no âmbito das relações produtivas. Além disso,  a divisão natural de trabalho ainda não atingiu verdadeiramente a maior parte dos casais. Tanto a mulher pobre, como aquela com melhores condições financeiras, estão inseridas no mercado de trabalho e passa grande parte do seu tempo fora de casa, o que inviabiliza de fato o acompanhamento extra-escolar das crianças. Quem tem condições contrata uma professora particular, ou uma explicadora, para exercer esta função. Mas... quem não tem....  A lição de casa torna-se, de acordo com esta realidade um problema, pois causa conflitos, gritos, brigas, desgastando as relações familiares e ocupando o pouco tempo de convivência que pais e filhos ainda desfrutam; gera culpa nas crianças e nos adultos.
                             Os professores alegam que a lição de casa é necessária para fixar a aprendizagem. Será que quatro horas diária de aulas não são suficientes para isso?  Alegam também que as tarefas passadas para serem realizadas em casa desenvolvem a responsabilidade. Será que as crianças que praticam esportes ou dança, que estudam línguas, não têm oportunidades, em tais atividades, de se tornarem responsáveis? E aquelas que assumem tarefas domésticas no lugar de adultos, que são responsáveis muitas vezes pela criação de irmãos menores? Alegam também que os pais exigem que seus filhos levem lições para casa temendo que se atrasem no desenvolvimento de seus estudos. Será que estes pais são orientados pelos professores no que diz respeito ás novas exigências sociais, às mudanças inseridas na legislação educacional, no sistema de acesso à Universidade?
                             Resta pensar que a lição de casa é ministrada porque se tornou um hábito e, como todo costume, deixou de ser pensado, de ser problematizado e caiu no círculo vicioso da repetição.
                              Convém também ressaltar que a necessidade de atenção, de acompanhamento, de encorajamento de uma criança deve ser atendida por sua família e seus professores, mas tal necessidade não pode ser substanciada de forma simplista na lição de casa. Pesquisas indicam que as crianças bem sucedidas na escola são aquelas cujos sentimentos de competência, de pertinência, de individuação, são estimulados pelos adultos que as educam e isso não é conseguido apenas com a realização de tarefas, mas exige dos familiares e educadores um compromisso com cada uma delas.
                              Possibilitar a reflexão sobre a educação das crianças, auxiliar os pais nesta função é a tarefa da escola e dos professores. Urge que se discuta na reunião de docentes, de pais, no colegiado escolar e nos conselhos comunitários, a permanência da lição de casa e os benefícios e malefícios que ela produz.
                              Somente após tal reflexão será possível decidir sobre mudanças ou permanências nesta prática tradicional e encaminhar propostas adequadas à nova ordem social vigente. A prática pela prática esgota-se em si mesma. A escola permanece como instituição porque, apesar da aparência conservadora, sempre foi capaz de discutir as questões relevantes para a comunidade que atende, colaborando, desta maneira, para o desenvolvimento de práxis educativas para as gerações futuras.


Hoje me deparei com matéria publicada a este respeito, no Jornal Folha de São Paulo, sobre o mesmo tema e disponibilizo-o aqui para estimular reflexões a respeito:


Pai não é professor particularROSELY SAYÃO - FOLHA DE SÃO PAULO - 31/07/2012 - SÃO PAULO, SPA criançada está de volta à escola. Foi bom esse tempo sem rotina, sem horário e sem obrigações escolares. Mas, será bom, também, o retorno a uma vida organizada.Faz bem para os mais novos saber, pelo menos um pouco, como será o dia seguinte. Dá a eles sensação de segurança, estabilidade.Nos primeiros dias na escola, é uma alegria para as crianças encontrar os colegas que não viram por quase um mês, contar as novidades, voltar a brincar com os amigos no recreio. Mas, logo depois recomeça, para muitos, uma jornada bem árdua.Não, não me refiro aqui aos deveres escolares e à tarefa de ter de aprender algo que não sabem -situação que nós sabemos ser bem difícil. Muitas crianças sofrem, de fato, com essas questões.Custa a elas assumir as pequenas responsabilidades que lhes cabem e custa mais ainda aceitar que não sabem e que precisam aprender para saber. E isso requer esforço e concentração.Nos tempos atuais, as crianças são iludidas pelas imagens e isso faz com que elas pensem que já sabem a respeito de quase tudo. `Eu sei` é a frase curta que repetem várias vezes ao dia, já reparou?Mesmo com tais dificuldades, as crianças podem superar os seus desafios escolares e colocar em atos o potencial que têm.Quando falei em jornada árdua, eu me referia ao envolvimento dos pais, tão requisitado atualmente, na vida escolar dos filhos.A frase `Se os pais acompanham de perto a vida escolar dos filhos, esses se saem melhor na escola` resume o principal argumento que leva adultos a estudar com as crianças, a fazer as lições de casa junto com elas, a providenciar trabalhos, a coletar informações na internet etc.A afirmação acima é verdadeira, claro. Qualquer pessoa que tenha ajuda em qualquer coisa se sai melhor. O problema é o equívoco que esse pensamento contém.Na escola, sair-se bem é aprender -e não simplesmente alcançar boas notas. E aprender, caro leitor, é uma tarefa que a criança precisa realizar sem a ajuda dos pais.Com o estilo de vida que nós adotamos, cada vez mais uma enorme quantidade de pais acredita que precisa acompanhar os estudos do filho e até realiza isso de bom grado. Quer dizer, mais ou menos.No início, até que a coisa vai bem, mas logo a paciência acaba e a relação entre os pais e o filho fica conturbada. É que os pais cobram esforço, dedicação e lição correta. E não costuma ser isso o que os filhos produzem.Para muitos desses pais, a tarefa parental se resume a esse acompanhamento da vida escolar e à gestão da vida do filho. A função dos pais é bem maior do que isso: é acompanhar a vida do filho.A função dos pais é dar ao filho a oportunidade de ele próprio se responsabilizar por sua vida escolar. É estimular no filho a vontade de formular perguntas que envolvem o conhecimento, de dirigi-las aos pais e de ficar interessado nas respostas. É, também, dar ao filho a chance de ele saber que é capaz de enfrentar sua própria batalha sozinho e dar conta dela.Essas são coisas muito mais importantes para a criança do que ter a mãe ou o pai sempre presente nos trabalhos, nas provas etc.Neste retorno às aulas, dê chance para que seu filho se aproprie de seus estudos. Isso não significa abandoná-lo. Ele precisa ser lembrado, incentivado, encorajado a assumir suas responsabilidades escolares e a seguir sempre em frente, mesmo com dificuldades e obstáculos.Mas isso pode ser feito sem que os estudos se tornem mais importantes para os pais do que para ele próprio.Os pais precisam se lembrar de o que filho já tem professores na escola, que é o local especializado no ensino. Em casa, a criança precisa é de pais, e não de professores particulares ou tutores.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

OPORTUNIDADE DE ESPECIALIZAÇÃO EM EaD

Como psicopedagoga sempre estive atenta às mudanças de cenários educacionais, pois, trabalhar com mudança é a atividade da Psicopedagogia.Sendo assim, comecei a atuar na EaD há cerca de 7 anos, de início intuitivamente e hoje, profissionalmente, por meio dos Projetos Aprender Virtual  e EducEAD e coordeno um curso de pós-graduação a distância em Psicopedagogia pela Fundação Aprender em parceria com o Centro Universitário Newton Paiva. 


Penso que a EaD é um campo de trabalho muito rico para o psicopedagogo.Por isso, sugiro a vocês, meus amigos, que atentem para esta notícia:

"A Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio do Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino (Lante), abriu inscrições para o curso de Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da EaD. O curso, totalmente a distância e gratuito, é oferecido pelo sistema de UAB.O objetivo do curso é socializar as experiências de exercício da metodologia da Educação a distância implementadas pela UFF e capacitar professores e profissionais.O edital completo e todas as informações podem ser obtidas no site do Lante. As inscrições vão até o dia 12 de agosto. Esta é mais uma oportunidade de você enriquecer seu currículo e se especializar na área da Educação a Distância.".


terça-feira, 24 de julho de 2012

Harvard para as massas



NIZAN GUANAES - FOLHA DE SÃO PAULO - 24/07/2012 - SÃO PAULO, SP

De todas as promessas de revolução, a da educação on-line está cada vez mais próxima.
E não sou eu quem diz isso. Mas o pessoal de Harvard, MIT, Princeton, Stanford. Essas e outras universidades americanas de excelência estão fazendo um movimento histórico de transferir seus cursos para plataformas digitais e oferecê-los para o mundo todo, boa parte deles, gratuitamente.
Você só precisa de duas coisas para acessar esses templos do ensino: falar inglês e ter uma conexão digital. São duas coisas que você já precisa `anyway`.
Com o inglês e a conexão digital, você pode entrar nos sites coursera.org (para se inscrever em cursos gratuitos de Stanford, Princeton, Caltech, Rice, Johns Hopkins e outras universidades de ponta) ouedxonline.org (para cursos em Harvard e MIT) e escolher sua poltrona preferida para acompanhá-los.
Harvard e MIT começam a oferecer seus cursos no edX a partir de setembro e esperam educar nada menos de 1 bilhão de pessoas com seu serviço digital. Ou um em cada sete habitantes do planeta educados por Harvard ou pelo MIT. Isso não é uma revolução?
Essas universidades prometem uma nova experiência na educação on-line, com maior interatividade aluno-professor e um intenso `feedback` que possa ajudá-las a reprogramar seus currículos para a maciça audiência global.
Não sou um educador, mas, como embaixador da Unesco e membro do Todos pela Educação, sou um empregador comprometido com a educação. Vejo frequentemente no meu setor a necessidade de reformar o ensino para aproximá-lo do mercado de trabalho. A revolução da educação on-line pode ajudar muito nesse processo ao aproximar a educação das pessoas e as pessoas, da educação.
Um professor da Universidade de Michigan disse ao `New York Times` que estava animadíssimo porque 40 mil alunos do mundo todo tinham baixado o vídeo do seu curso, o que, nas contas, dele era uma audiência que só alcançaria em 200 anos de aulas tradicionais. A Coursera conseguiu 700 mil alunos on-line em poucas semanas de atividade.
Como tanta coisa nesta era da comunicação, este é um momento disruptivo na educação. E estamos vendo só o começo do começo. O diretor acadêmico de Harvard previu que daqui a cinco anos a educação on-line será completamente diferente do que temos hoje. O que não parece que vai mudar é a tendência de acesso cada vez maior, brutalmente maior, à educação via web.
Isso me anima vendo o mundo do Brasil.
Depois dos saltos que demos nas últimas duas décadas, fica claro que a maior carência do nosso país e o trampolim inescapável para o próximo salto de desenvolvimento é a educação.
Já temos uma mão de obra numerosa e fantástica. O brasileiro trabalha muito, é dedicado, empreendedor, criativo. Quem não conhece aquele camarada que tem dois, três empregos e vai firme para todos; ou aquele pequeno empreendedor, muitas vezes informal, se virando como pode, com uma flexibilidade aguda, natural e muito valiosa para os negócios.
O que falta a eles para o salto transformador é a educação. Esse empresariado emergente, com acesso à educação e às melhores práticas de gestão, levará a economia brasileira a outro patamar. Os cursos on-line são a forma mais rápida, barata e eficaz de fazê-lo.
Nossas universidades púbicas, que formam a elite do ensino brasileiro e já têm iniciativas no mundo on-line, poderiam radicalizar seu caráter público com cursos digitais gratuitos pela web para todo o país, eventualmente apoiados por corporações que tanto se beneficiarão da revolução da educação.
Vivemos uma nova era de grandes descobrimentos. O homem só descobriu que a Terra era azul ao sair do planeta. Educar-se é sair de si mesmo em busca de um conhecimento do mundo e das coisas. Essa viagem da educação é a viagem da sua vida. Você se descobre outro depois dela.
Nosso país se descobrirá de novo depois dela.
A diferença é que desta vez seremos nós a nos descobrir. Será a nossa verdadeira emancipação, a nossa emergência definitiva.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sextas Jornadas sobre Problemas Actuales en la Gestión de las Instituciones Educativas .


Tema: "La supervisión de la tarea docente. ¿Cómo ayudar a los maestros a enseñar mejor?"


Disertantes que ya han confirmado su presencia
Matemática: Horacio Itzcovich
Lengua: Mirta Torres
Ciencias Naturales: Hilda Weissmann
Ciencias sociales: Gustavo Gotbeter
Tecnología: Abel Rodriguez de Fraga

Fecha: 5 y 6 de Octubre de 8:30 a 18hs.
Lugar: Ciudad Autónoma de Buenos Aires (dirección a confirmar)
Inscripción hata el 15 de julio: $320.-

Forma de pago: Pago Fácil o Tarjetas de Crédito Visa y Mastercard

A criatividade de nossas crianças

Caros amigos,
Compartilho aqui matéria surpreendente para aqueles que pensam que a tecnologia atrapalha a criatividade de nossas crianças:


Crianças estão ficando cada vez mais criativas
POR CHANNING SPENCER E VAGNER DE ALENCAR, DO PORVIR - PORTAL APRENDIZ - 06/07/2012 - SÃO PAULO, SP
As crianças estão cada vez mais entretidas por jogos tecnológicos que simulam a realidade e têm bem menos tempo – do que os seus pais tiveram – para brincar e criar os próprios brinquedos a partir de outros objetos, como dar vida a um carrinho com uma caixa de papelão ou uma roupa de boneca por meio de folhas de papel. Mas isso não significa que elas estejam ficam menos criativas. Pelo contrário. Pesquisa recente, realizada nos Estados Unidos, garante que os pequenos estão com a imaginação solta.
Estudo feito por pesquisadores da Universidade de Case Western, em Cleveland, nos Estados Unidos, mostra que as crianças americanas de ensino fundamental, mesmo com menos tempo livre para o brincar, têm uma imaginação mais aguçada e ficam, inclusive, mais à vontade para interagir com amigos imaginários do que aquelas nascidas há duas décadas.
Os resultados surpreenderam os pesquisadores. “Nós achávamos que tudo ia ficar pior com a falta de tempo e que as crianças não seriam capazes de interagir com os brinquedos tradicionais. Ficamos surpresos com a descoberta e achamos que ela é de suma importância”, disse Sandra W. Russ, professora de psicologia da universidade ao EdWeek.
A pesquisa, chamada de Changes in Children’s Pretend Play Over Two Decades (As mudanças nas brincadeiras de faz de conta ao Longo de duas décadas, em tradução livre), comparou, durante 23 anos, crianças com da mesma faixa etária, de 6 a 10 anos, entre 1985 e 2008.
Disponibilizado on-line este ano, o estudo avaliou hábitos e brincadeiras de 900 crianças de bairros de classe média e de comunidades vulneráveis dos EUA. Os estudantes tiveram suas atividades gravadas enquanto conversavam com os avaliadores e brincavam com diferentes objetos como cubos e fantoches.
Criando os próprios brinquedos
A ideia era observar de que forma elas interagiam com os brinquedos e como, a partir de diferentes objetos, criavam novos brinquedos – como caixas transformadas em carrinhos e prédios, ou colares a partir de contas e miçangas. Em seguida, os pesquisadores mediam o nível de imaginação, expressão emocional e capacidade de contar histórias das crianças.
A conclusão dos pesquisadores foi que as crianças não apresentaram diferenças na organização, no envolvimento emocional com a brincadeira ou na capacidade de contar histórias. Porém, o estudo mostrou um aumento considerável (numa escala de um a cinco), na qualidade e no desenvolvimento da imaginação das crianças dos dias atuais.
Segundo Russ, crianças com mais imaginação não são necessariamente mais inteligentes, mas mostram maior habilidade em lidar com os desafios e resolver problemas do que estudantes que são menos criativos no brincar. Mas, os estudiosos ressaltam que, mesmo sendo hoje mais criativas, os processos cognitivos que acontecem nas brincadeiras tradicionais continuam sendo importantes para o desenvolvimento das crianças.
Nos Estados Unidos, de acordo com dados da Universidade de Medford, nessas duas décadas, as crianças americanas diminuíram em oito horas o tempo semanal dedicado às brincadeiras depois que chegam da escola. O que apontaria para uma “perda da cultura da infância”.

sábado, 7 de julho de 2012

Sobre professores e tecnologias da educação, por Frederic Litto, presidente da ABED


A Resistência a Mudanças
FREDRIC LITTO - O ESTADO DE SÃO PAULO - 03/07/2012 - SÃO PAULO, SP

Ao iniciar um blog sobre “tecnologia educacional” (TecEd), é necessário confessar que se trata de uma missão um tanto ingrata, considerando que, no Brasil, a simples menção do termo provoca, simultaneamente, impressões favoráveis e desfavoráveis por parte dos educadores. Mais polêmico do que as diferenças entre as meta-teorias educacionais (comportamentalismo, cognitivismo, construtivismo¸ perenialismo, essencialismo, progressivismo, reconstrucionismo e o extenso grupo de subteorias como aprendizagem situada, significante, observacional e transformacional, entre outros) a TecEd atrai críticos inconformados com suas inevitáveis ligações com o comércio e a indústria (setores vinculados à produção de objetos para a TecEd) e suas constantes exigências de “mudanças” no processo ensino/aprendizagem.
Educadores (ou outros profissionais) engajados em questões de TecEd, cuja experiência prática demonstra que 1/5 dos professores de todas as etapas da hiearquia educacional são ávidos pela chegada de novos instrumentos destinados ao aumento da eficácia da aprendizagem de alunos, entusiasticamente querem ser os primeiros a poder experimentar com eles; um outro quinto reage com ódio e desprezo contra qualquer sugestão, referente a uma tecnologia que ameaça a obrigatoriedade de uma mudança em suas práticas profissionais. Finalmente, há três quintos que vacilam dependendo das tradições culturais e da qualidade de lideranças locais, mas que, eventualmente, acompanham a adoção da nova TecEd.
Assim, quem tiver a paciência de acompanhar este blog, abrindo-se às ideias às vezes propositalmente provocativas, e quiser se manifestar contra ou a favor quanto das novas constatações, honrará o responsável do blog e, talvez, ficará mais informado sobre os avanços da TecEd no processo de ensino/aprendizagem. Com certeza, um dos tópicos freqüentes no blog será da resistência às mudanças entre educadores e instituições educacionais no Brasil, porque constitui a principal causa do atraso no desempenho dos estudantes quando comparado com seus similares em outros países. Abominar a mudança de práticas de longa data não é uma atitude recente entre os seres humanos, embora algumas nações modernas tenham conseguido reduzir a obstinação contra o “novo”. Já no século dezesseis, um conhecido sábio italiano observou que, “…no tocante à introdução de mudanças”:
… deve ser lembrado que não há nada mais difícil para iniciar, mais perigoso para conduzir, ou mais incerto no seu sucesso, que assumir a liderança de uma nova ordem de coisas. Dessa forma, o inovador tem como inimigos todos aqueles que se saíram bem nas condições antigas, e como defensores mornos aqueles que poderiam se sair bem nas novas. Esse frescor surge em parte do medo dos opositores que têm as leis ao seu lado, e em parte da incredulidade dos homens que não acreditam prontamente em inovações, até que tenham uma longa experiência com elas. Assim, quando aqueles que são hostis têm oportunidade para atacar, eles o fazem como guerrilheiros, enquanto os outros o defendem mornamente… (Níccolo Machiavelli, O Príncipe, 1513)
A resistência a mudanças, vista de uma outra perspectiva, nos obriga a lembrar a útil categorização etária daqueles que confrontam novidades que surgem a sua volta, elaborada por Douglas Adams, autor do celebrado O Guia do Mochileiro das Galáxias:
Qualquer coisa que já estiver no mundo quando você nascer é normal e ordinária e simplesmente uma parte da maneira pela qual o mundo funciona. Qualquer coisa inventada no período em que você tem de quinze a trinta e cinco anos é nova, excitante e revolucionária, e provavelmente lhe oferece a oportunidade de seguir uma carreira nela. Qualquer coisa inventada depois que você chegou a trinta e cinco anos é contra a ordem natural das coisas.
Deve ficar evidente que o assunto TecEd tem todo o potencial para ser uma “batata quente” num espaço livre para a circulação de idéias, convicções e tentativas de persuadir os outros a aceitar as nossas visões. Desde que opiniões estejam acompanhadas de exemplos, fatos comprováveis e referências imbuídas de autoridade, esta conversa virtual será cada vez mais útil. Douglas Adams, mais uma vez, bem observa: “Todas as opiniões não são iguais. Algumas são bem mais robustas, sofisticadas e apoiadas em lógica e argumentos do que outras”. Até o próximo post!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ABD- Associação Brasileira de Dislexia, convida !

Oficina de Intervenção - Fundamental II  
27 de Abril de 2012



Esta oficina com 4 horas de duração apresenta várias atividades complementares que podem ser utilizadas por professores e profissionais que lidam não só com crianças, mas também com adolescentes portadores de dislexia ou distúrbios de aprendizagem.

Destinada a professores do Ensino Fundamental II, e educadores em geral, profissionais e estudantes que atuam nas áreas de Pedagogia, Psicopedagogia, Fonoaudiologia. Os participantes receberão Certificado de Participação chancelado pela Associação Brasileira de Dislexia - ABD. 

Ministrada por: Valéria de Andrade Cozzolino, psicopedagoga 

27 Abril 2012 - Sexta-feira - das 13hs às 17hs
Av. Angélica, 2318 - 7º - Higienópolis - São Paulo - SP 

Investimento por participante: 
R$ 110,00 - não associados 
R$ 100,00 - associados 

Depositar no Banco Bradesco - Ag. 0614-9 - Cta. 20550-8 
nominal à Associação Brasileira de Dislexia - ABD.

VAGAS LIMITADAS
Para mais informações contate-nos!
Tels/Fax (0**11) 3258-7568 / 3237-0809 / 3231-3296
comunica@dislexia.org.br www.dislexia.org.br
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quarta-feira, 14 de março de 2012










A Fundação Aprender, com 10 anos de experiência na educação continuada de profissionais das áreas da saúde e educação, em parceria com o Centro Universitário Newton Paiva, instituição tradicional em Belo Horizonte reconhecida pela qualidade de seus cursos, firmam parceria para a oferta de cursos na modalidade EaD.
São dois cursos totalmente à distância, com atividades assíncronas,  o que permite ao aluno estudar em seus horários preferidos. Utilizam a plataforma moodle, que é de fácil manejo e tem muitas funcionalidades:

GESTÃO EDUCACIONAL
Os professores que participaram do Progestão poderão requerer aproveitamento de estudos, realizando do curso em menor tempo e com mensalidades proporcionais às disciplinas cursadas.Tem duração de 10 meses e apenas um encontro presencial para a defesa do TCC, que poderá ser agendado para a cidade de Belo Horizonte ou Varginha.
Para obter mais informações acesse o link   http://www.fundacaoaprender.org.br/gestao-educacional

PSICOPEDAGOGIA
O curso de Psicopedagogia tem duração de 18 meses e apenas um encontro presencial para a defesa do TCC, que poderá ser agendado para a cidade de Belo Horizonte ou Varginha.
Segue as diretrizes para a formação do psicopedagogo emanadas da Associação Brasileira de Psicopedagogia e contempla as áreas de atuação institucional e clínica.

Ambos os cursos têm como característica inovadora o fato de que o aluno, ao formalizar sua matrícula, acessa  imediatamente os conteúdos do curso, interagindo com os colegas por meio de um fórum coletivo. Isso garante que  não fique esperando formar a turma para iniciar seus estudos.
Para obter mais informações acesse o link   http://www.fundacaoaprender.org.br/psicopedagogia_newton

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