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sexta-feira, 6 de junho de 2014

O bullying e a Psicopedagogia




O Termo bullying

O Brasil, assim como outros países, apropria-se de palavras de determinada língua porque lhe faltam vocábulos para exprimir aquela ideia, por uma questão de modismo ou influência cultural. A este fenômeno se denomina estrangeirismo, processo que introduz palavras vindas de outros idiomas na língua. O estrangeirismo possui duas categorias: Com aportuguesamento: a grafia e a pronúncia da palavra são adaptadas para o português. Exemplo: abajur (do francês "abat-jour") Sem aportuguesamento: conserva-se a forma original da palavra. Exemplo: mouse (do inglês "mouse")
Hoje em dia, em face da posição dos EUA no cenário internacional e também pelo fato de a língua inglesa ter se tornado um “idioma universal”, assim como o fora o latim durante o império romano, usamos frequentemente palavras de origem inglesa com estrangeirismo sem aportuguesamento. Uma delas é a palavra bulllying, de origem inglesa, que expressa o comportamento pelo qual uma pessoa amedronta outra, lhe causa dor, ferimento, constrangimento, ou outros sofrimentos no plano físico ou emocional. Este fenômeno, nas relações humanas, não é novo. Portanto, o bullying não é novidade histórica. Assim, seria surpreendente se a língua portuguesa não tivesse palavras próprias para descrevê-lo. E as tem! Surpreendentemente mesmo é o desconhecimento delas, conforme revelado pelo amplo uso do termo bulllying, inclusive no meio educacional.
A palavra portuguesa para bullying é “bulir”, muito usada anos atrás, quando em casa, na escola e na rua alguém dizia "fulano buliu comigo”. O dicionário Houaiss apresenta como significados de bulir, que não consta como regionalismo: Mexer com; tocar; causar incômodo ou apoquentar; produzir apreensão em alguém; fazer caçoada; zombar e falar sobre outras pessoas. O mesmo dicionário tem também o termo bulimento e bulidor, ou seja, temos palavras para designar tanto o sujeito (bully), como o verbo (to bully) e o ato decorrente (bullying).
No nordeste do país a palavra bulir tem também o significado de tirar a virgindade, adquirindo uma conotação sexual. Talvez esta conotação da palavra “bulir” tenha influenciado na preferência pelo termo bulllying, que já se tornou comum entre nós.
Agora que já compreendemos o significado e porque utilizamos a palavra Bullying em inglês para expressarmos nossas ideias, convém analisarmos como o ato é justificado pelos autores que a ele se dedicam.
Alguns autores atribuem a crescente onda de violência, que caracteriza o Bullying, à programação da TV, considerando que:
·         Há uma ligação óbvia entre a ocorrência de violência na sociedade e a tematização e representação da mesma nas mídias;
·         A Televisão vende progressivamente a ideia de que a violência é aceitável, torna-a trivial, lugar comum, de todos os dias, mundana. Faz parte da vida, é normal. É parte da nossa cultura moderna;
·         A Televisão também ensina algo ainda mais corruptível – que a inteligência está fora de moda e que a força bruta é que convence. A moralidade está ultrapassada. Os polícias são estúpidos e os criminosos é que são os espertos. Há uma selva lá fora, envolvendo homens, mulheres e crianças e, no entanto, está tudo bem;
Vivemos, infelizmente, numa era de crimes progressivos de violência contra pessoas e propriedades, violência nos jogos de futebol, vandalismo social.

Bullying nas Escolas

O ambiente no qual o bullying tem sido mais discutido é o espaço escolar. Crianças e adolescentes isolam, insultam, agridem colegas e expõem uma realidade alarmante: pais e colégios não sabem como lidar com agressões que começam cada vez mais cedo.  Este tipo de conduta por parte de alguns alunos pode ser comum no dia-a-dia escolar, mas está longe de ser considerado aceitável, porque gera angústia, sofrimento e pode causar danos psicológicos imensuráveis nas vítimas.
O comportamento agressivo costumava aparecer na adolescência, mas agora é detectado entre crianças cada vez mais novas, o que tem preocupado as autoridades educacionais e as famílias.
O maior problema acarretado pelo bullying é o estresse, que afeta diretamente o ato de aprender e a capacidade de assimilação do conteúdo ensinado, conforme apontam estudos das neurociências.

Como a Psicopedagogia encara o bullying
Sendo o bullying um comportamento observável em crianças e adolescentes em seus grupos de convivência, pode ser considerado um vínculo patológico. Neste caso, o praticante e aquele que sofre o bullying estão vinculados de uma maneira particular, por motivos que devem pertencer ao mundo interno de cada um.
O psicopedagogo trabalha com aprendizagem e o bullying é uma conduta que interfere negativamente neste processo, por isso é necessário que os estudos a respeito dos vínculos na aprendizagem sejam aprofundados por este profissional em seu processo de educação continuada.
Importante também que o psicopedagogo exercite a capacidade de ouvir as crianças e adolescentes. Uma boa escuta é capaz de apreender nas entrelinhas algo que não é dito de maneira explícita.
Quando atua no âmbito institucional o papel do psicopedagogo na discussão e elaboração de normas de conduta escolar, projetos contra a prática do bulllying e conscientização de professores e familiares a respeito deste assunto, caracterizam o aspecto preventivo de sua atuação.
Quando atua na clínica o psicopedagogo age sobre os vínculos, abrindo espaços para que seu atendido possa ressignificá- los, saindo do lugar patológico de agressor ou de vítima em que possa estar.
Numa ou noutra situação o psicopedagogo precisa estar atento para o que acontece à sua volta e pronto para contribuir no sentido de produzir mudanças nas pessoas, com repercussões na sociedade.

Referências Bibliográficas:
BEANE, Allan L. Proteja Seu Filho do Bullying. São Paulo: Editora Best Sellers, 2008.
PEREIRA, Sônia Maria de Souza. Bullying e Suas Implicações no Ambiente Escolar. São Paulo: Ed. Paulus, 2009.
ABRAPIA (Associação Brasileira de proteção à Infância e Adolescência) (2006). Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes [online]. Disponível: http://www.bullying.com.br/Bconceituacao21.htm  (2007, Fevereiro, 19]




segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quanto tempo o tempo tem. “

EXISTE UM TEMPO PARA O TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO ?

“O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo o tempo tem.
O tempo, respondeu ao tempo, que o tempo tem tanto tempo,



                                             
                                         A preocupação com o tempo é uma constante em nossos dias, visto que vivemos numa época em que as mudanças se dão de forma muito acelerada. Tudo é muito rápido, como as comunicações, as transações bancárias, os transportes ...
                                 No campo dos conhecimentos científicos assistimos à substituição de conceitos antigos por novos, teorias são trocadas  muito rapidamente porque se tornam obsoletas diante de novas descobertas, que, por sua vez, precipitam novas pesquisas e assim sucessivamente.
                                    Nossa vida não fica imune a tais circunstâncias. As  crianças estão perdendo a infância muito cedo; a adolescência parece querer prolongar-se numa tentativa de permanência, a maturidade tem que ser vivida em plenitude e a velhice, evitada de todas as formas.
                                    Em relação à aprendizagem, cada vez mais nos damos conta de que somos seres “aprendentes”, ou seja, só sobrevivemos porque aprendemos continuamente e podemos nos adaptar às novas situações que se apresentam diante de nós. A escolaridade tem começado desde as creches, e existe já uma  proposta de  sua ampliação, com o ingresso no 1º grau sendo antecipado para a idade de 06 anos.
                                   Ao mesmo tempo em que tudo isto se dá,  nos damos conta de que existe um universo significativo de sujeitos com dificuldades de aprendizagem ! O fracasso escolar ainda é um fantasma que ronda lares e escolas. Apesar de progressos tão rápidos e mudanças tão significativas, ainda não conseguimos resolver problemas tão antigos !
                                   Assim é o tempo !  Fruto de uma ilusão, de um “movimento” inperceptível, foge sempre ao nosso controle. Pode ser medido, mas não pode ser quantificado ou qualificado por si só .  Isto depende de nós. Se estamos interessados e desfrutando das ações que realizamos,  ele passa rapidamente; caso contrário, um minuto pode durar uma eternidade.
                                  O mesmo ocorre no trabalho psicopedagógico. Muitas vezes, uma conversa, uma única intervenção, é suficiente para promover mudanças. Em outras situações,  meses e anos  de trabalho são necessários para transformações significativas.
                                  Por isso, não devemos, num sentimento de onipotência, tentar controlar o tempo. O  melhor é deixar que ele transcorra, tomando cuidado para que as pressões externas ,  provenientes  da família ou da escola não venham a  comprometer nossa atuação.
                                  A Psicopedagogia não pode depender exclusivamente de resultados ! Eles virão, com certeza, quanto mais habilidade  tiver o psicopedagogo  para criar um espaço onde o “brincar” e o  “aprender”  aconteçam , quanto mais envolvidas no trabalho educativo estiverem a escola e a família e isto não pode ficar restrito a uma determinação de tempo.
                                    

                                                                   Júlia Eugênia Gonçalves

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Professores, acordem!


Reflexão de Gustavo Ioschpe  na Revista Veja - 11/05/2014 - São Paulo, SP.
Texto objetivo e contundente !


Normalmente escrevo esta coluna pensando nos leitores que nada têm a ver com o setor educacional. Faço isso, em primeiro lugar, porque creio que a educação brasileira só vai avançar (e com ela o Brasil) quando houver demanda pública por melhorias. E, segundo, porque nos últimos anos tenho chegado à conclusão de que falar com o professor médio brasileiro, na esperança de trazer algum conhecimento que o leve a melhorar seu desempenho, é mais inútil do que o proverbial pente para careca. Não deve haver, nos 510 milhões de quilômetros quadrados deste nosso planeta solitário, um grupo mais obstinado em ignorar a realidade que o dos professores brasileiros. O discurso é sempre o mesmo: o professor é um herói, um sacerdote abnegado da construção de um mundo melhor, mal pago, desvalorizado, abandonado pela sociedade e pelos governantes, que faz o melhor possível com o pouco que recebe. Hoje faço minha última tentativa de falar aos nossos mestres. E, dado o grau de autoengano em que vivem, eu o farei sem firulas.
Caros professores: vocês se meteram em uma enrascada. Há décadas, as lideranças de vocês vêm construindo um discurso de vitimização. A imagem que vocês vendem não é a de profissionais competentes e comprometidos, mas a de coitadinhos, estropiados e maltratados. E vocês venceram: a população brasileira está do seu lado, comprou essa imagem (nada seduz mais a alma brasileira do que um coitado, afinal). Quando vocês fazem greve — mesmo a mais disparatada e interminável —, os pais de alunos não ficam bravos por pagar impostos a profissionais que deixam seus filhos na mão; pelo contrário, apoiam a causa de vocês. É uma vitória quase inacreditável. Mas prestem atenção: essa é uma vitória de Pirro. Porque nos últimos anos essa imagem de desalento fez com que aumentassem muito os recursos que vão para vocês, sem a exigência de alguma contrapartida da sua parte. Recentemente destinamos os royalties do pré-sal a vocês, e, em breve, quando o Plano Nacional de Educação que transita no Congresso for aprovado, seremos o único país do mundo, exceto Cuba, em que se gastam 10% do PIB em educação (aos filocubanos, saibam que o salário de um professor lá é de aproximadamente 28 dólares por mês. Isso mesmo, 28 dólares. Os 10% cubanos se devem à falta de PIB, não a um volume de investimento significativo).

Quando um custo é pequeno, ninguém se importa muito com o resultado. Quando as coisas vão bem, ninguém fica muito preocupado em cortar despesas. E, quando a área é de pouca importância, a pressão pelo desempenho é pequena. No passado recente, tudo isso era verdade sobre a educação brasileira. Éramos um país agrícola em um mundo industrial; a qualificação de nossa gente não era um elemento indispensável e o país crescia bem. Mas isso mudou. O tempo das vacas gordas já era, e a educação passou a ser prioridade inadiável na era do conhecimento. Nesse cenário, a chance de que se continue atirando dinheiro no sistema educacional sem haver nenhuma melhora, a longo prazo, é zero.

Vocês foram gananciosos demais. Os 10% do PIB e os royalties do pré-sal serão a danação de vocês. Porque, quando essa enxurrada de dinheiro começar a entrar e nossa educação continuar um desastre, até os pais de alunos de escola pública vão entender o que hoje só os estudiosos da área sabem: que não há relação entre valor investido em educação — entre eles o salário de professor — e o aprendizado dos alunos. Aí esses pais, e a mídia, vão finalmente querer entrar nas escolas para entender como é possível investirmos tanto e colhermos tão pouco. Vão descobrir que a escola brasileira é uma farsa, um depósito de crianças. Verão a quantidade abismal de professores que faltam ao trabalho, que não prescrevem nem corrigem dever de casa, que passam o tempo de aula lendo jornal ou em rede social ou, no melhor dos casos, enchendo o quadro-negro de conteúdo para aluno copiar, como se isso fosse aula. E então vocês serão cobrados. Muito cobrados. Mas, como terão passado décadas apenas pedindo mais, em vez de buscar qualificação, não conseguirão entregar.

Quando isso acontecer, não esperem a ajuda dos atuais defensores de vocês, como políticos de esquerda, dirigentes de ONGs da área e alguns “intelectuais”. Sei que em declarações públicas esse pessoal faz juras de amor a vocês. Mas, quando as luzes se apagam e as câmeras param de filmar, eles dizem cobras e lagartos.

Existem muitas coisas que vocês precisarão fazer, na prática, para melhorar a qualidade do ensino, e sobre elas já discorri em alguns livros e artigos aqui. Antes delas, seria bom começarem a remover as barreiras mentais que geram um discurso ilógico e atravancam o progresso. Primeira: se vocês são vítimas que não têm culpa de nada, também não poderão ser os protagonistas que terão responsabilidade pelo sucesso. Se são objetos do processo quando ele dá errado, não poderão ser sujeitos quando ele começar a dar certo. Se vocês querem ser importantes na vitória, precisam assimilar o seu papel na derrota.

Segunda: vocês não podem menosprezar a ciência e os achados da literatura empírica sempre que, como na questão dos salários, eles forem contrários aos interesses de vocês. Ou vocês acreditam em ciência, ou não acreditam. E, se não acreditam — se o que vale é experiência pessoal ou achismo —, então vocês são absolutamente dispensáveis, e podemos escolher na rua qualquer pessoa dotada de bom-senso para cuidar da nossa educação. Vocês são os guardiães e retransmissores do c acumulado ao longo da história da humanidade. Menosprezar ou relativizar esse conhecimento é cavar a própria cova.

Terceira: parem de vedar a participação de terceiros no debate educacional. É  inconsistente com o que vocês mesmos dizem: que o problema da educação brasileira é de falta de envolvimento da sociedade. Quando a sociedade quer participar, vocês precisam encorajá-la, não dizer que só quem vive a rotina de “cuspe e giz” é que pode opinar. Até porque, se cada área só puder ser discutida por quem a pratica, vocês terão de deixar a determinação de salários e investimentos nas mãos de economistas. Acho que não gostarão do resultado...

Quarta: abandonem essa obsessão por salários. Ela está impedindo que vocês vejam todos os outros problemas — seus e dos outros. O discurso sobre salários é inconsistente. Se o aumento de salário melhorar o desempenho, significa que ou vocês estavam desmotivados (o que não casa com o discurso de abnegados tirando leite de pedra) ou que é preciso atrair pessoas de outro perfil para a profissão (o que equivale a dizer que vocês são inúteis irrecuperáveis).

O respeito da sociedade não virá quando vocês tiverem um contracheque mais gordo. Virá se vocês começarem a notar suas próprias carências e lutarem para saná-las, dando ao país o que esperamos de vocês: educação de qualidade para nossos filhos.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Metade dos adultos de países ricos tem nível básico de compreensão de leitura



Mesmo entre a população dos países mais ricos do mundo, ainda há uma parcela considerável de adultos que não é capaz de ler e compreender textos mais complexos e que exijam boa interpretação de textos. Em uma avaliação aplicada a adultos com idade entre 16 e 65 anos em 24 países participantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 48,8% estão nos níveis mais básicos de aptidão de leitura.
O Programa de Avaliação Internacional das Competências dos Adultos (PIAAC) foi criado pela OCDE para avaliar os conhecimentos da população adulta, já que tradicionalmente crianças e jovens dos países participantes têm sua formação educacional avaliada. A proposta agora é saber se a força de trabalho dessas nações possui competências exigidas pelo mundo tecnológico atual. A avaliação foi aplicada entre 2011 e 2012.
O letramento (leitura e escrita), a aptidão matemática e a capacidade de resolução de problemas são os temas escolhidos para a avaliação. Para os organizadores do estudo, os resultados – apresentados em seminário na capital brasiliense nessa terça – ligam o sinal de alerta dos governantes desses países e despertam a curiosidade para conhecer a realidade de outros países em desenvolvimento.
“A avaliação nos mostra como a distribuição das competências entre a população influencia os resultados econômicos e sociais. São competências-chave para processar informação, exigidas para a plena integração e participação no mercado de trabalho, na educação, na vida social. Em uma economia globalizada, as comparações entre países são fundamentais para os governos”, afirma Marta Encinas-Martin, responsável pela avaliação.

Leitura e escrita
Marta ressalta que 8,5 milhões de pessoas estão nos níveis mais baixos de proficiência em leitura (níveis -1 e 1) da avaliação. No nível 1, os adultos são capazes de preencher formulários simples, entender vocabulário básico, determinar o significado de frases e ler textos curtos. No geral, 12,2% dos adultos está nesse nível, mas há diferenças entre os países. Na Itália, por exemplo, o número sobe para 22,2% e na Espanha, 20,3%. No Japão, o número cai para 4,3%.
Há outros 3,3% abaixo desse nível (no -1). Eles leem textos curtos sobre tópicos conhecidos e conseguem localizar informação sem precisar entender a estrutura de frases ou parágrafos, só com vocabulário básico. Essas pessoas alcançaram menos de 176 pontos na avaliação, que varia de 0 a 500 pontos. Os resultados foram divididos em seis níveis: -1 (abaixo de 176); 1 (de 176 a 226); 2 (de 226 a 276); 3 (de 276 a 326); 4 (de 326 a 376) e 5 (acima de 376).
A Espanha é o país com maior proporção de adultos abaixo do nível 1 (7,2%), seguida da Itália (5,5%), França (5,3%) e Irlanda (4,3%). O Japão é o que tem menor proporção de adultos nesse nível (0,6%), seguido da República Tcheca (1,5%), Eslováquia (1,9%) e Estônia (2%). No nível 2, ainda considerado de compreensão básica, estão 33,3% dos adultos. Sendo a Itália e a Espanha os mais numerosos nessa faixa de aptidão (42% e 39,1%, respectivamente).
Por outro lado, menos de 1% do total atinge o nível máximo do teste, que é o mais alto nível de proficiência no teste. Esses adultos são capazes de pesquisar, integrar informações de textos densos, fazer comparações, avaliar confiabilidade de informações. A Finlândia tem a proporção mais alta de adultos nesse nível: 2,2%.
Matemática e tecnologias
“Se uma grande proporção de adultos tem formação escassa em leitura e matemática, abaixo do nível 2, a introdução e a disseminação de tecnologias que melhoram a produtividade e as práticas de organização do trabalho podem ser prejudicadas”, ressalta Marta. A coordenadora do estudo aponta que, em todos os países avaliados, há entre 8,1% e 31,7% da população nos níveis mais baixos de competência matemática.
Do total, 20% dos adultos estão no nível 1 ou abaixo em competência matemática. Isso significa que eles só conseguem lidar com tarefas simples, que exigem operações básicas. Japão e Finlândia são dois dos destaques, tanto em pequena proporção de adultos entre os níveis mais baixos quanto entre os com maior parte de adultos em níveis mais altos. O estudo mostra que a relação entre aptidão em leitura e em matemática estão muito relacionadas.
Em quase todos os países, pelo menos 10% dos adultos não têm noções básicas de informática. Na maioria deles, uma parcela significativa dos adultos encontra dificuldades para usar tecnologias digitais, ferramentas e redes de comunicação para adquirir e avaliar informações, comunicar-se com outras pessoas e executar tarefas práticas.
Somente entre 2,9% e 8,8% dos adultos desses países demostraram maior nível de proficiência na escala de avaliação desse quesito, que varia de abaixo de 1 a 3, e dominam as tecnologias. Além disso, 4,9% dos participantes foram reprovados no teste básico de tecnologias de informação e comunicação (TIC) e 10,2% optaram por não fazer a avaliação em meio digital. Do total, 12,3% dos adultos só conseguem fazer tarefas básicas em um único e conhecido ambiente tecnológico em poucas etapas.
Desigualdades e perdas
As desigualdades dos resultados, segundo a coordenadora do estudo, são mais numerosas dentro dos próprios países do que entre eles. As discrepâncias nos resultados das competências estão proporcionalmente ligadas à distribuição de renda. Os imigrantes de línguas estrangeiras apresentaram proficiência menor em todos os quesitos também.
Os homens têm, de modo geral, pontuação pouco mais alta que as mulheres em matemática e em solução de problemas em ambientes tecnológicos. Entre os adultos jovens, a diferença de rendimento entre gêneros é insignificante.
A educação formal tem uma forte ligação positiva com a proficiência. Adultos com qualificação universitária têm vantagem de, em média, 36 pontos na escala de letramento em relação aos que não concluíram o ensino médio. Os adultos que possuem as maiores pontuações no teste de letramento têm três vezes mais chances de terem salários mais altos, 2,2 vezes mais chances de estarem empregados e o dobro de chances de ter boa saúde do que os indivíduos com pontuação igual ou inferior ao nível 1 em letramento.
Os resultados podem dar subsídios para mudanças políticas nos países. Esse é o objetivo”, destaca Marta.
O teste
A avaliação foi aplicada a 166 mil adultos, que representam 724 milhões de pessoas de 16 a 65 anos dos países participantes, em suas próprias residências. Além do teste, os adultos responderam a um questionário, com informações educacionais, de trabalho e contexto social. Em setembro, uma nova rodada de avaliação terá início e contará com a participação do México, Colômbia, Argentina (Buenos Aires) e Chile.
Eles se unirão aos membros da OCDE (Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica (Flandres), Canadá, Coreia, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Países Baixos, Polônia, República Tcheca, Reino Unido (Inglaterra e Irlanda do Norte), Suécia) e dois países parceiros (Chipre e Federação Russa).
O Ministério da Educação ainda estuda as vantagens e a viabilidade de aplicação da prova no Brasil.
FONTE IG  - 03/05/2014 - SÃO PAULO, SP


quarta-feira, 30 de abril de 2014

Falecimento do prof. Reuven Feuerstein



Faleceu ontem, 29/04, aos 93 anos, o professor Reuven Feuerstein, criador da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural, que se desdobrou num programa de desenvolvimento do potencial cognitivo - o PEI - Programa de Enriquecimento Instrumental - e na E.A.M- Experiência de Aprendizagem Mediada.

O professor Feuerstein foi  discípulo de Piaget e um revolucionário para seu tempo, na medida em que , de forma pioneira, difundiu ideias a respeito da plasticidade cerebral entre educadores.
Seu trabalho é reconhecido mundialmente e difundido pelo ICELP, em Israel.
No vídeo, um síntese da ideia que sempre acalentou: a crença no ser humano e em suas potencialidades.



Como a escrita pode melhorar o raciocínio

A escrita pode ajudar muito na hora de tomar decisões importantes ou ter boas ideias !
Constantemente somos colocados em situações nas quais nos vemos obrigados a tomar decisões o mais rápido possível. No entanto, você se sente seguro quando isso acontece ou costuma demorar a pensar em soluções? Se você escolheu a segunda opção, saiba que a escrita pode ajudá-lo (e muito) nesse processo.

Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
A escrita é importante para a organização de todos os pensamentos que temos

Nossa cabeça funciona como uma gigante usina de ideias, de modo que pensamos muito sobre várias coisas e diversas vezes perdemos o foco sobre nossos objetivos – que, no caso, consistem em encontrar uma solução para as situações que devemos enfrentar. A escrita entra justamente na organização de todos os pensamentos que temos, de modo a visualizar nossas opções, analisá-las e tomar a decisão mais eficiente.

Pode ser que você haja dificuldade em começar a escrever. Entretanto, não existem regras: escreva tudo o que passar pela cabeça e, quando achar que já tem anotações o bastante, pare e organize-as, filtrando o que pode realmente funcionar e descartando o que não pode.

Essa técnica funciona não só em situações do dia-a-dia, mas também em reuniões de negócios e processos criativos em geral, visto que basta estabelecer um tema e deixar que a sua cabeça cuide do resto. No fim, tudo o que você terá que fazer é reorganizar o seu raciocínio de forma lógica no papel.

Sempre que quiser raciocinar com maior rapidez e clareza, escreva! A solução para os seus problemas está dentro de você, basta escrevê-la e torna-la visível.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Senadores aprovam regulamentação da profissão de psicopedagogo

Pela relevância da notícia, reproduzo aqui o que foi publicado No Correio Brasiliense, em 05/02/2014:

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (5) projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 31/2010) que regulamenta a atividade de Psicopedagogia. Pelo texto, a profissão poderá ser exercida por graduados e também por portadores de diploma superior em Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80% da carga horária dedicada a essa área.

Uma emenda assegurou ainda a inclusão dos fonoaudiólogos na lista de profissionais aptos a exercer a profissão, após a especialização exigida. Essa alteração foi feita durante o exame da proposta na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), em outubro passado. O relator na CAS, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), sugeriu a manutenção do texto como veio da comissão anterior.

A proposta recebeu decisão terminativa, o que dispensa análise em Plenário, a menos que haja recurso com esse objetivo. Agora terá que retornar à Câmara, para exame das modificações feitas pelo Senado. Houve ainda ajustes no texto para evitar conflitos de competência da nova atividade com outras profissões já regulamentadas.

Apresentado à Câmara pela deputada Raquel Teixeira, o projeto também autoriza o exercício aos portadores de diploma de curso superior que já venham exercendo, ou tenham exercido, comprovadamente, suas atividades profissionais em entidade pública ou privada até a data de publicação da lei.

Cyro Miranda festejou a aprovação, lembrando que a matéria já tramita há 11 anos desde sua apresentação. Na análise, ele salientou que o projeto não pretende impor reserva de mercado, pois estende a atividade a graduações em áreas afins e aos profissionais de educação e de outras áreas, após formação complementar em Psicopedagogia.

De acordo com a Associação Brasileira de Psicopedagogia, existem cerca de 100 mil psicopedagogos formados no Brasil. São profissionais que não atuam somente nas escolas, mas em diferentes instituições. Segundo o relator, com a regulamentação da atividade, cria-se uma identidade e exige-se dos profissionais a ética e a formação necessárias para que possam desempenhar com competência seu ofício.

Uma comemoração para a categoria
A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) comemorou nesta quarta-feira (5/2) a aprovação, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, do projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 31/2010) que regulamenta a atividade de Psicopedagogia no país. “Foi uma vitória importante, um passo no caminho do aprimoramento da educação brasileira”, disse Luciana Barros de Almeida, presidente da ABPp. 

O profissional especializado na função de psicopedagogo lida com o processo de aprendizagem, seus padrões normais e patológicos considerando a influência do meio (família, escola e sociedade) no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios. Segundo a diretora e ex-presidente da ABPp, Quézia Bombonatto, a psicopedagogia é um curso e especialização que recebe graduandos vindos de vários cursos, como pedagogia, psicologia e fonoaudiologia. Enquanto a psicologia escolar surgiu para explicar o fracasso do aluno na escola, “a psicopedagogia”, segundo Quézia, “faz um trabalho clínico com aqueles que apresentam dificuldades na aprendizagem por problemas específicos.”

Pelo texto aprovado no Senado, a profissão poderá ser exercida por graduados e também por portadores de diploma superior em Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80% da carga horária dedicada a essa área. Uma emenda assegurou ainda a inclusão dos fonoaudiólogos na lista de profissionais aptos a exercer a profissão, após a especialização exigida. 

Com informações da Agência Senado e da Associação Brasileira de Piscopedagogia

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