EXISTE
UM TEMPO PARA O TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO ?
“O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo o tempo
tem.
O tempo, respondeu ao tempo, que o tempo tem tanto
tempo,
A preocupação com o tempo é
uma constante em nossos dias, visto que vivemos numa época em que as mudanças
se dão de forma muito acelerada. Tudo é muito rápido, como as comunicações, as
transações bancárias, os transportes ...
No campo dos conhecimentos
científicos assistimos à substituição de conceitos antigos por novos, teorias
são trocadas muito rapidamente porque se
tornam obsoletas diante de novas descobertas, que, por sua vez, precipitam
novas pesquisas e assim sucessivamente.
Nossa vida não fica
imune a tais circunstâncias. As crianças
estão perdendo a infância muito cedo; a adolescência parece querer prolongar-se
numa tentativa de permanência, a maturidade tem que ser vivida em plenitude e a
velhice, evitada de todas as formas.
Em relação
à aprendizagem, cada vez mais nos damos conta de que somos seres “aprendentes”,
ou seja, só sobrevivemos porque aprendemos continuamente e podemos nos adaptar
às novas situações que se apresentam diante de nós. A escolaridade tem começado
desde as creches, e existe já uma
proposta de sua ampliação, com o
ingresso no 1º grau sendo antecipado para a idade de 06 anos.
Ao mesmo
tempo em que tudo isto se dá, nos damos
conta de que existe um universo significativo de sujeitos com dificuldades de
aprendizagem ! O fracasso escolar ainda é um fantasma que ronda lares e
escolas. Apesar de progressos tão rápidos e mudanças tão significativas, ainda
não conseguimos resolver problemas tão antigos !
Assim é o
tempo ! Fruto de uma ilusão, de um
“movimento” inperceptível, foge sempre ao nosso controle. Pode ser medido, mas
não pode ser quantificado ou qualificado por si só . Isto depende de nós. Se estamos interessados e
desfrutando das ações que realizamos,
ele passa rapidamente; caso contrário, um minuto pode durar uma
eternidade.
O mesmo
ocorre no trabalho psicopedagógico. Muitas vezes, uma conversa, uma única
intervenção, é suficiente para promover mudanças. Em outras situações, meses e anos
de trabalho são necessários para transformações significativas.
Por isso, não
devemos, num sentimento de onipotência, tentar controlar o tempo. O melhor é deixar que ele transcorra, tomando
cuidado para que as pressões externas ,
provenientes da família ou da
escola não venham a comprometer nossa
atuação.
A
Psicopedagogia não pode depender exclusivamente de resultados ! Eles virão, com
certeza, quanto mais habilidade tiver o
psicopedagogo para criar um espaço onde
o “brincar” e o “aprender” aconteçam , quanto mais envolvidas no
trabalho educativo estiverem a escola e a família e isto não pode ficar
restrito a uma determinação de tempo.
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