Por sua atualidade nestes meses de final de ano, reproduzo-o aqui :
SERÁ MESMO SÓ PREGUIÇA?
Júlia Eugênia Gonçalves
Final
de ano... proximidade das férias
escolares!
Alegrias para uns,
que tiveram êxito na escola; tristeza para aqueles que não alcançaram o sucesso.
Neste último caso, a queixa dos pais
vem carregada de críticas:
__ “Ele não se
esforçou"; ___ "Foi pura preguiça"; __ "Não levou a sério,
vadiou o ano inteiro”; ___ "Não quer nada com o estudo", etc...
etc... etc...
Será
que é mesmo assim? .
O fracasso escolar
pode ser proveniente de algumas causas: deficiências
orgânicas (nutricionais, visuais, auditivas, psicomotoras, neurológicas);
descompasso entre o desenvolvimento cognitivo do estudante e as exigências do
currículo escolar; problemas de ordem emocional, que “ocupam” a mente;
preocupações com conflitos internos que impedem a apreensão dos conteúdos
escolares que vêm de fora, do ambiente externo, da cultura; inadequação de
práticas pedagógicas ou problemas do âmbito escolar, tais como trocas
sucessivas de professor durante o ano, paralizações que acarretam prejuízos no
cumprimento dos programas, métodos mal aplicados, rigidez ou flexibilidade
excessiva nas normas disciplinares.
O
ser humano gosta do sucesso, almeja a felicidade.
O insucesso na escola não pode ser fruto de mero descaso,
cansaço ou preguiça. Quando isso ocorre, já evidencia um problema cuja causa
deve ser pesquisada. A criança ou o adolescente que não tem êxito em seu
processo de escolaridade precisa mais de ajuda do que de crítica!
Com
o apoio de um profissional especializado, a família poderá compreender os
motivos do fracasso escolar, identificar se sua causa é inerente ao sujeito
aprendente ou se está na instituição (escola I família). O psicopedagogo
poderá ajudar o estudante a avaliar-se, elevar sua auto-estima, descobrir o
prazer de aprender e alcançar o sucesso!
A intervenção
psicopedagógica tem como objetivo prover o sujeito de melhores estratégias
cognitivas que lhe permitam resolver de forma mais adequada os problemas
propostos pela realidade e propiciar a descoberta de suas potencialidades, de
seus talentos, de seus próprios estilos de aprendizagem, facilitando, desta
maneira, a apropriação dos
conteúdos escolares.
Quando o fracasso
acontece na escola, é importante que não seja generalizado. Sabe-se que nem
sempre os melhores alunos tornam-se as pessoas mais bem sucedidas na vida. Não
se trata de defender a mediocridade ou a falta de estudo. O verdadeiro êxito é
fruto de esforço e determinação. Porém, nem todas as pessoas têm as mesmas
habilidades e competências e reagem da mesma maneira aos mesmos estímulos.
Muitas vezes, o sistema escolar espera uniformidade e padrões de comportamento
que não são exequíveis para alguns alunos. Uma criança ou adolescente com
dificuldade de atenção/concentração ou que não tenha desenvolvido competências linguísticas geralmente não é bem sucedida nas tarefas escolares, mas pode
sê-lo nos esportes, no convívio social, em atividades comunitárias.
Diante de uma
reprovação, antes de castigar é conveniente analisar os motivos que possam
tê-la causado. Para que esta análise seja produtiva convém ouvir um elemento
externo ao grupo familiar ou escolar, que tenha o distanciamento que garanta a
neutralidade e a competência que sustente sua confiabilidade. O psicopedagogo é
o profissional que possui estas características, pois trabalha prestando
serviços de maneira autônoma e domina os conhecimentos relacionados aos
aspectos objetivos e subjetivos envolvidos na complexidade do ensinar/aprender.
Sua participação, neste momento tão difícil e delicado, pode possibilitar para
todos os envolvidos a oportunidade de rever práticas que se mostraram
ineficazes e de criar novos espaços dialógicos de cresci mento e
desenvolvimento que produzam sucesso e felicidade!
2 comentários:
OI Professora Júlia!
Já fui sua aprendente em curso online sobre Psicopedagogia.Acompanho seu trabalho aqui e gosto muito.
Sábias palavras sobre a realidade escolar de nossos aprendizes.
Penso que se a escola em sua rotina olhasse e ouvisse mais os educandos, com certeza a aprendizagem iria acontecer com mais significado e resultado positivo.Há uma rotina muito conteudista e repetitiva nas ações pedagógicas.O aprendiz desgosta, se cansa e é rotulado de desinteressado na maioria dos casos, infelizmente.
Um abraço,Rosangela.
Oi Rosangela,
Muito bom saber que sou " acompanhada" por minhas alunas e que minhas palavras ainda causam impacto.
Um abraço,
Júlia
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