Quando se trabalha com cenários a pergunta que se faz é a
seguinte: _ “o que aconteceria se...”
Isso nos leva a concluir que se trata de uma antecipação racional, baseada em
hipóteses, as quais poderão ou não ser comprovadas segundo as experiências
levadas a efeito. Desta maneira é que
nos aventuramos a pensar a pergunta: a partir do cenário atual.
De acordo com as informações disponíveis, os cursos na modalidade
EAD cresceram mais em relação aos cursos presenciais no ensino superior,
demonstrando que há receptividade dos usuários em relação às propostas
institucionais. Em um ano, houve um aumento de
12,2% nas matrículas da EAD, enquanto a educação presencial teve um aumento de
3,1%. Portanto, neste
cenário, não há dúvida de que a modalidade de educação a distância veio para
ficar e isso não pode ser desconsiderada pelas instituições educativas. Porém,
o dilema é o seguinte: a EAD veio para levar o processo de ensino/aprendizagem
às pessoas desprovidas de oferta de ensino presencial nas regiões que habitam?
Ou veio para ampliar o ensino como um todo, com a oferta de novos cursos e
novas possibilidades educativas nesta modalidade? Em ambas as situações a
massificação está presente.
Os MOOCS, nas versões CMOOCs e XMOOCs estão em fase de expansão e crescimento no mundo inteiro
revelando-se como um modelo pedagógico baseado na massificação, na escolha
livre, na flexibilidade de acesso/desistência ao curso, na medida em que o
aluno não está necessariamente ligado à instituição ofertante etc..
Em virtude deste raciocínio, devemos analisar também um aspecto
preocupante neste cenário: a evasão nos cursos EAD é muito grande, inclusive
nos MOOCS. O Censo realizado pela ABED em 2010 concluiu que a evasão dos estudantes é o maior obstáculo para a EAD segundo
instituições que ofertam cursos nesta modalidade. Uma das principais queixas
dos alunos diz respeito à falta de interação e necessidade de estudos
autônomos, sem a orientação direta de um professor, o que não lhes permite
criar “laços”.
Sendo assim, vemos
que a questão da massificação traz uma solução e revela uma situação problema
recorrente: o processo ensino/aprendizagem é baseado na relação interpessoal
professor X aluno e quando isso não acontece gera desinteresse. As tecnologias permitem a massificação, mas a demanda
parece que é por personalização e quando o aluno não se sente atendido em suas
necessidades de comunicação/interação tende a desistir, pois se sente um
“objeto” e não sujeito de aprendizagem.
Diante desta análise o futuro dos modelos
educacionais em EAD deve trilhar o caminho apontado por Paulo Freire, segundo o
qual “A relação pedagógica é uma relação
amorosa” (FREIRE, 2011) e buscar caminhos que permitam o atendimento ao
maior número pessoas com a manutenção de uma mediação pedagógica que
possibilite a criação de vínculos entre o professor ou tutor de um lado e o aluno, de outro.
Referência:
FREIRE, Paulo. Educação e
Mudança. São Paulo, Paz e Terra, 34ª. Edição, 2011.
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