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sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Não gosto do Dia do Professor
Não gosto do Dia do Professor, a ser comemorado no próximo sábado, por um único motivo: é um dia pouco comemorado. Deveria merecer mais, muito mais atenção, do país. Quase passa despercebido. Não há nenhuma profissão tão importante para uma sociedade que se proponha a ser civilizada. É mais importante do que a medicina, que salva vidas, afinal quem forma o médico é o professor. Nada deveria ser tão importante para uma nação do que saber atrair seus melhores talentos para ajudar a disseminar e produzir conhecimento. O que exige uma série de ações coordenadas e complexas. Isso significa que, no final, a pessoa tem de ter orgulho de ter essa carreira. Não é o que ocorre. Estamos longe, muito longe, de recrutar os melhores talentos. Os salários não são atrativos. As condições de trabalho são péssimas,para não dizer vergonhosas. Justamente por ter essa visão é que, aqui nesse espaço, faço questão de provocar polêmicas, não apenas criticando os governos, mas também, muitas vezes, quem se dispõe a defender os professores, esquecendo-se do mérito. Há uma série de demandas corporativas que apenas se encaixam nesse ambiente de degradação. Basta lembrar quantas vezes dirigentes sindicais, sem a menor preocupação com o mérito, atacaram e atacam esforços para reduzir o absenteísmo, demitir professores sem condições de trabalhar ou exigir maior desempenho. Sem contar o explícito uso da máquina sindical para fazer política. Isso, para mim, apenas degrada a imagem do professor. Assim como os governos também usam a educação para fazer política eleitoral. Some-se a isso que, apesar de todos os avanços, as famílias e a opinião pública pouco acompanham a educação pública. Um sinal de ignorância vemos nas pesquisas que indicam a satisfação dos pais com o ensino público. Uma medida da nossa civilidade poderá ser medida pela atenção e reverência que se tenha no Dia do Professor. Gilberto Dimenstein, Folha de São Paulo, 13/10/2011 |
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
SIMPÓSIO OPORTUNIZA REUNIÃO DE COORDENADORES DE CURSOS DE PSICOPEDAGOGIA
A ABPp, por meio da Comissão de Formação e Regulamentação do Conselho Nacional está organizando o II Simpósio Nacional de Psicopedagogia, que abrigará, como atividade pré-congresso 2012, a Reunião de Coordenadores dos Cursos de Psicopedagogia no qual os coordenadores de cursos terão papel essencial na revisão das Diretrizes Básicas da Formação do Psicopedagogo no Brasil e na solidificação do papel e identidade do psicopedagogo na contemporaneidade.
Assim sendo, a ABPp terá a grata satisfação em compartilhar este momento tão significativo com as instituições que ministram cursos de Psicopedagogia, recebendo as inscrições dos coordenadores sem ônus, tanto para a reunião de Coordenadores como para todas as atividades do II Simpósio Nacional de Psicopedagogia para que suas experiências sejam representativas das ações desenvolvidas por seus cursos. As inscrições deverão ser feitas através do site: www.abppsimposio2011.com.br.
A ABPp disponibiliza ao público um cadastro dos cursos de Psicopedagogia no Brasil. Veja em www.abpp.com.br
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE DISLEXIA
a Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp, em parceria com a UNIFIEO, convidam todos os Psicopedagogos, profissionais da Educação e áreas afins, bem como estudantes e demais interessados a participarem.
Mais informações e inscrições pelo site www.abppsimposio2011.com.br
Mais informações e inscrições pelo site www.abppsimposio2011.com.br
Faça você mesmo a sua escola
O Reino Unido está inaugurando esta semana 24 "escolas livres", que vêm a ser estabelecimentos de ensino financiados pelo poder público, mas geridos pela comunidade ou por alguma empresa que se disponha a fazê-lo. O pano de fundo ideológico da ideia está na pregação de campanha (vitoriosa) de David Cameron, conservador. Se desse para resumir em um slogan, como é da praxe deste mundo dominado pelo twitter, diria que é "menos Estados, mais sociedade". Na prática, funciona assim: um grupo de pais, por exemplo, ou alguma organização decide criar uma escola. Deve, então, enviar requerimento ao Ministério da Educação, demonstrar que existe demanda local de parte de pais e/ou alunos, apresentar um projeto educativo e o plano financeiro. Se aprovada a proposta, o governo financia a instalação da escola, que, no entanto, permanece gratuita. A partir daí, o Estado sai de campo e deixa a cargo de um Comitê Diretor (preferencialmente formado pelos pais) o recrutamento de professores, a definição do número de alunos por classe, a organização do tempo de estudos, o conteúdo dos programas escolares e assim por diante. Fico imaginando se esse tipo de escola "faça você mesmo" funciona. Dizem que há exemplos similares na Suécia e nos Estados Unidos, mas desconheço qualquer avaliação delas.
E no Brasil, funcionaria? Tenho sérias dúvidas. O sucesso desse tipo de empreendimento passa, inexoravelmente, pelo envolvimento profundo de pais e mães. Em cidades como Rio e São Paulo, a grande maioria dos pais/mães não consegue, mesmo que tenha boa vontade, encontrar tempo nem para atividades mais imediatas na relação familiar, imagine então envolver-se com a escola. Seria necessário desenvolver um sentido de comunidade que se debilitou no mundo todo por mil motivos que não vem ao caso relacionar aqui. Mas é algo para se pensar, posto que o modelo educacional brasileiro está em crise (vive em crise, na verdade). Resolveu o problema da quantidade, ou seja, colocou na escola quase a totalidade das crianças em idade escolar, mas permitiu concomitantemente que se deteriorasse fortemente a qualidade.
Clóvis Rossi, Folha de SP/ 08/09/11
ALFABETIZAÇÃO - É PARA COMEMORAR OU PARA CHORAR ?
Hoje é comemorado o Dia Internacional da Alfabetização, data instituída pela UNESCO. Em recente pesquisa realizada pela ONU, um dado alarmante : 793 milhões de pessoas em todo o mundo não sabem ler nem escrever. Revisitando o passado, lembrei-me de artigo publicado há vários anos a este respeito, mas que ainda se mantém atual.
Que vocês possam apreciar, refletir, compartilhar idéias !
Que vocês possam apreciar, refletir, compartilhar idéias !
O QUE FAZ A DIFERENÇA ...
Alfabetização é o termo utilizado para nos referirmos à aprendizagem da leitura e da escrita. A palavra alfabetizar surgiu na Antiguidade e já era empregada na Grécia relacionada ao ensino do alfabeto. Durante séculos seu significado esteve restrito `a capacidade de dominar um sistema de sinais que compõem o código da linguagem escrita.
Hoje já não é assim. Com a superação da visão de mundo positivista e o advento das posições interacionistas e construtivistas, o termo ganhou novo significado e, ficou, de certa maneira, pobre. Os lingüistas preferem adotar o conceito de “letramento “, mais rico em possibilidades, visto que praticamente todas as sociedades atuais são “letradas “, isto é conhecem, utilizam, transmitem a seus componentes a palavra escrita. Desta forma, todo indivíduo que compartilha de um universo sócio-cultural está imerso num outro universo, o das letras, seja ele alfabetizado ou não.
De qualquer maneira, tal discussão, que pode nos parecer ora filosófica, ora meramente semântica, não é o que interessa aqui. Penso que podemos enveredar por outros caminhos...
Lembro-me de uma figura, uma metáfora descrita por Alícia Fernandes num de seus livros: a dos “corpos cadernos “. Ela descreve o sonho de uma criança, que “vê” seu corpo e o de todos os colegas da classe como se fossem cadernos. Essa imagem é muito forte ! ! Como produto onírico, é uma produção imaginária ( no sentido psicanalítico) e gostaria de seguir a rota de tal imagem.
Por que “corpo caderno “? Parece-me que esta figura é símbolo de toda humanidade. nossos corpos são realmente cadernos, porque neles estão inscritos, filogenéticamente, nossas escritas.
Com isso quero dizer, que a leitura/ escrita é uma das marcas da criatura humana hoje, tal como o são a postura ereta e a fala. Da mesma maneira que, no Neolítico, nossos antepassados descobriram a agricultura e tal descoberta revolucionou completamente sua maneira de viver, seus hábitos alimentares e suas predisposições biológicas, na Antiguidade, o surgimento do alfabeto também revolucionou completamente as relações sociais, a maneira do homem manejar e acumular seus conhecimentos.A palavra falada, a partir daí, pede a inscrição, como nos lembra Derrida e a escritura faz a diferença.
O acesso à leitura/escrita sempre foi, e continua sendo, expressão de poder e a alfabetização, uma conquista. Ser alfabetizado é caminhar num continuum de ampliação do processo de letramento, que caracteriza o homem moderno em seu processo ontogenético de desenvolvimento. Por isso, a alfabetização marca, por isso ela assume características de um verdadeiro rito de passagem. A escola trata de valorizar tal conhecimento por meio de uma “formalização “ do ensino e de comemorações em torno do fato, o que se pode atestar pela “festa do livro “, tão comum ainda hoje; a família, a seu turno, encontra também um jeito de valorização da alfabetização, significando-a , a seu modo, por meio de expectativas, exigências, determinações acerca dos cadernos, deveres etc... etc...
Por isso aprender a ler e a escrever é tão significativo! Com esse conhecimento inauguram-se novas possibilidades: apreender o sentido e criar sentido, imergir no pensamento coletivo e emergir sujeito . Que indivíduo tem sentido sem sua História ?
Como ser histórico sem escrita ?
Por isso, o sonho daquela menina, em sua aparência imagística, é na essência, o símbolo de nossa condição humana, prisioneiros que somos num mundo de letras, palavras , frases e textos, que, se não conseguem ser lidos - ou escritos - expressam nossa inferioridade, nossa marginalidade ou nossa agressividade para com a sociedade
Por isso, tantos problemas e tantas dificuldades em relação às atividades de leitura/escrita, seja nas classes populares como naquelas de melhor condição sócio-econômica! Lidar com a escritura é extremamente significativo para todos, é fator de autonomia, de domínio do léxico, de exercício de autoria, mas, ao mesmo tempo, de sujeição à regras de sintaxe e de ortografia, de submissão do autor à interpretação do leitor, de manipulação de sentimentos geralmente ambivalentes porque referem-se ao desejo de conhecer.
Construir um “corpo caderno “ é , como já disse, uma metáfora,que expressa uma diferença, num corpo que se torna diferente a partir do domínio da leitura/escrita; conhecimento que deixa marcas, que marca a diferença, que nos difere.
Júlia Eugênia Gonçalves
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
POR UMA CULTURA DE PAZ
Realizado em Varginha no Teatro Capitólio no dia 18 de agosto, O Fórum Técnico Segurança nas Escolas, Por uma Cultura de Paz, iniciativa da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais tem por objetivos levantar os problemas enfrentados pelos alunos e profissionais da educação da região, decorrentes da violência dentro e fora do ambiente escolar; discutir propostas de integração de órgãos e políticas relacionadas à questão da violência no ambiente escolar e buscar, junto às entidades representativas da sociedade civil e dos setores público e privado da região, subsídios para a formulação de políticas públicas, visando à prevenção e ao combate à violência no ambiente escolar.
Júlia Eugênia Gonçalves foi convidada para proferir a palestra “Segurança nas escolas: por uma cultura de paz” a fim de propiciar subsídios para os grupos de trabalho que aconteceram durante o evento.
Baixe a apresentação em http://www.slideshare.net/juliaeugenia/segurana-nas-escolas-por-uma-cultura-de-paz
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